O campo magnético da Terra é uma proteção natural do nosso planeta que impede que as partículas carregadas emitidas pelo Sol ou vindas do espaço profundo cheguem à superfície. Como as partículas solares são compostas por íons e elétrons elas sofrem a ação desse campo e são, em sua maioria, desviadas por ele. No entanto os cientistas descobriram que esse escudo protetor, chamado magnetosfera, não é perfeito.
Trabalhando com dados da frota de satélites THEMIS (Linha do Tempo de Eventos e Interações de Macro-escala Durante Sub-tempestades), da NASA, pesquisadores da Universidade da Califórnia descobriram que existem dois enormes buracos na magnetosfera que permitem o vazamento das partículas e conseqüentemente sua entrada na Terra.
"A descoberta joga por terra uma longa crença sobre como e quando a maior parte dessas partículas penetra o campo magnético da Terra e poderá ser usada para prever a intensidade das futuras tempestades solares. Baseado nesta descoberta podemos esperar tempestades solares mais intensas no próximo ciclo", disse Vassilis Angelopoulos, ligado à universidade da Califórnia e principal cientista da NASA para a missão THEMIS, uma frota de cinco satélites usada para previsões do tempo espacial.
Segundo o estudo, publicado no prestigioso "Geophysical Research Letters", o número de partículas que rompem o escudo depende da orientação do campo magnético do Sol. Até a pouco tempo se acreditava que quando os campos magnéticos do Sol e da Terra estavam alinhados a passagem de partículas estaria fechada e poucas ou nenhuma delas "vazava" pelo escudo. Para abrir essa passagem se imaginava que os campos magnéticos tinham que estar em direção oposta, atraindo maior número de partículas.
Latitudes Altas
Surpreendentemente, as observações recentes demonstraram exatamente o contrário. De acordo com Marit Oieroset, co-autor do trabalho, vinte vezes mais partículas atravessam o escudo quando os campos estão alinhados. Os pesquisadores já suspeitavam da existência desse mecanismo, mas não sabiam da importância que teria na previsão das tempestades espaciais.
Apesar dos pesquisadores do THEMIS terem descoberto a existência e o tamanho do buraco, eles não sabiam exatamente sua localização, que foi descoberta pelo professor Wenhui Li, da Universidade de New Hampshire. Usando simulações feitas em supercomputadores, Li descobriu que os dois buracos na blindagem se desenvolvem, um sobre as latitudes altas do hemisfério norte e outro sobre as latitudes baixas do hemisfério sul. Segundo o estudo, eles se formam no lado iluminado da Terra, onde os campos magnéticos apontam para Sol.
Muito Grande
O estudo também mostra que o buraco é gigantesco. Tem aproximadamente quatro vezes o comprimento Terra e mais de sete vezes seu diâmetro.
Os dados da rede THEMIS mostraram que no último verão do hemisfério norte a espessura da camada de partículas solares chegou a 6.4 mil quilômetros na parte exterior da magnetosfera terrestre, a maior brecha já observada na blindagem terrestre. "A brecha cresceu muito rápido. Até agora os dados mostram que elas são temporárias e essa durou cerca de uma hora, declarou disse Oieroset.
Melhores Prognósticos
Os resultados da descoberta deverão afetar os prognósticos das tempestades solares e seus efeitos nas malhas de distribuição elétrica, telecomunicações e nas atividades espaciais. "Antes da descoberta não tínhamos idéia das possibilidades. É como se as pessoas soubessem que existia uma fissura em uma barragem mas não tinham idéia de quanta inundação poderia provocar. Agora temos uma visão bem mais clara", disse o cientista.
Texto Original: http://www.apolo11.com/
"A descoberta joga por terra uma longa crença sobre como e quando a maior parte dessas partículas penetra o campo magnético da Terra e poderá ser usada para prever a intensidade das futuras tempestades solares. Baseado nesta descoberta podemos esperar tempestades solares mais intensas no próximo ciclo", disse Vassilis Angelopoulos, ligado à universidade da Califórnia e principal cientista da NASA para a missão THEMIS, uma frota de cinco satélites usada para previsões do tempo espacial.
Segundo o estudo, publicado no prestigioso "Geophysical Research Letters", o número de partículas que rompem o escudo depende da orientação do campo magnético do Sol. Até a pouco tempo se acreditava que quando os campos magnéticos do Sol e da Terra estavam alinhados a passagem de partículas estaria fechada e poucas ou nenhuma delas "vazava" pelo escudo. Para abrir essa passagem se imaginava que os campos magnéticos tinham que estar em direção oposta, atraindo maior número de partículas.
Latitudes Altas
Surpreendentemente, as observações recentes demonstraram exatamente o contrário. De acordo com Marit Oieroset, co-autor do trabalho, vinte vezes mais partículas atravessam o escudo quando os campos estão alinhados. Os pesquisadores já suspeitavam da existência desse mecanismo, mas não sabiam da importância que teria na previsão das tempestades espaciais.
Apesar dos pesquisadores do THEMIS terem descoberto a existência e o tamanho do buraco, eles não sabiam exatamente sua localização, que foi descoberta pelo professor Wenhui Li, da Universidade de New Hampshire. Usando simulações feitas em supercomputadores, Li descobriu que os dois buracos na blindagem se desenvolvem, um sobre as latitudes altas do hemisfério norte e outro sobre as latitudes baixas do hemisfério sul. Segundo o estudo, eles se formam no lado iluminado da Terra, onde os campos magnéticos apontam para Sol.
Muito Grande
O estudo também mostra que o buraco é gigantesco. Tem aproximadamente quatro vezes o comprimento Terra e mais de sete vezes seu diâmetro.
Os dados da rede THEMIS mostraram que no último verão do hemisfério norte a espessura da camada de partículas solares chegou a 6.4 mil quilômetros na parte exterior da magnetosfera terrestre, a maior brecha já observada na blindagem terrestre. "A brecha cresceu muito rápido. Até agora os dados mostram que elas são temporárias e essa durou cerca de uma hora, declarou disse Oieroset.
Melhores Prognósticos
Os resultados da descoberta deverão afetar os prognósticos das tempestades solares e seus efeitos nas malhas de distribuição elétrica, telecomunicações e nas atividades espaciais. "Antes da descoberta não tínhamos idéia das possibilidades. É como se as pessoas soubessem que existia uma fissura em uma barragem mas não tinham idéia de quanta inundação poderia provocar. Agora temos uma visão bem mais clara", disse o cientista.
Texto Original: http://www.apolo11.com/
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