A aplicação da matemática maia na contagem de tempo A “Conta Longa”

Os maias criaram um sistema matemático paralelo ao convencional, que se refere à contagem de tempo: é a chamada “Conta Longa”.
Como haveria de ser, a base também é vigesimal, assim como a matemática maia convencional.
Mas na altura da segunda ordem, que na matemática “normal” equivale a 400, houve uma leve modificação, adequando o sistema da “Conta Longa” para que se aproximasse o máximo do ano solar, que arredondado tem 365 dias.
Sendo assim temos, ao invés de 20x20, 18x20, que resulta em 360 dias, o chamado TUN, ao invés do valor de 400 que temos na matemática maia convencional.
Com isso, todos os ciclos acima do TUN também são diferentes por culpa dessa “interferência” sofrida no meio do caminho. Os ciclos mais importantes (e curtos, por isso alguns preferem chamá-la de “curta” em lugar de “longa”) para nós são:
· B’AKTUN: 144.000 (7.200x20) dias
· K’ATUN: 7.200 (360x20) dias
· TUN: 360 (20x18) dias
· WINAL: 20 (1x20) dias
· K’IN: 1 dia
Da mesma maneira que acontece na matemática, o maior ciclo possível (naquele caso específico) é que aparece “primeiro”. Esses ciclos são representados por glifos acompanhados de números, para que possamos saber se uma data estava no K’ATUN 10 ou no K’ATUN 11, por exemplo. Alguns exemplos de glifos que podem representar esses ciclos:
Glifos da Conta Longa
Atualmente representamos a “Conta Longa” à nossa maneira, no formato 12.13.14.15.16, sendo o primeiro número referente ao ciclo B’AKTUN, e o último referente ao ciclo K’IN.
Sabendo a data dentro da “Conta Longa”, podemos saber quantos dias foram transcorridos na era ou ciclo atual. Utilizando o exemplo acima (12.13.14.15.16), temos:
· (12x144.000) + (13x7.200) + (14x360) + (15x20) + (16x1) = 1826956 dias.
Aquilo que chamam de “ciclo profético” (a comentada questão de 2012 envolvendo o calendário maia) NADA MAIS É do que um ciclo de 13 B’AKTUN:
· 13x144.000 = 1.872.000 dias
Além disso, temos o indício, através da famosa “Pedra do Sol” dos astecas, de que estamos no “Quinto Sol”, ou quinta era. Cabe destacar aqui que não existe um consenso no que se refere a QUAL ciclo estamos. O fato é que, caso este seja o quinto ciclo, estaríamos, então, prestes a completar um ciclo ainda maior, de 65 B’AKTUN (5x13x144.000), 9.360.000 dias, que é algo bem próximo à duração de um movimento de precessão do planeta Terra, conhecido como “movimento de inversão dos pólos”. Aí vemos a importância do TUN: aprendemos na escola que um movimento de precessão é algo em torno de 26.000 anos. E veja: 9.360.000 dias = 26.000 x 360! Portanto, esse ano “errante”, que era usado por diversas culturas antigas, com 360 dias, parece ser bastente útil e exato a LONGO PRAZO, como no exemplo desse grande ciclo de precessão terrestre, dentro da “Conta Longa”.
Como na matemática, existem infinitos ciclos que estão acima desses, podendo a contagem ser muito mais longa. A contagem longa pode servir, também, para sabermos o kin (kin = dia, que é correspondente ao kin, que é um dos glifos/signos do calendário sagrado, TZOLK’IN) do dia. Se, por exemplo, observarmos uma data com o número dois na posição do ciclo K’IN na “Conta Longa”, ele será um dia com glifo IK’ (Vento) dentro do TZOLK’IN. Podemos ver, também, que os dias de glifo Ajaw (Senhor/Lorde) podem ser considerados tanto como número 20 quanto como 0 (zero), visto que eles sempre abrem um novo ciclo WINAL e são representados pelo número 0 (zero). Os glifos e suas posições são as seguintes:

0 - AJAW
1 - IMIX
2 - IK’
3 - AKB’AL
4 - K’AN
5 - CHIKCHAN
6 - KIMI
7 - MANIK’
8 - LAMAT
9 - MULUK
10 - OK
11 - CHUWEN
12 - EB’
13 - B’EN
14 - IX
15 - MEN
16 - KIB’
17 - KAB’AN
18 - ETZ’NAB’
19 - KAWAK 

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