Linguagem Corporal

Jul 31 2010

O trabalho mais antigo sobre a linguagem corporal que se tem notícia é o The Expressions of the Emotions in Man and Animals de Charles Darwin, publicado em 1872. Desde então, o assunto só foi revisto realmente em 1970, com a publicação do livro de Julius Fast. Albert Mehrabian em sua pesquisa descobriu que o impacto total das palavras ditas por uma pessoa representam apenas 7% da informação distribuída, atrás da importância do tom de voz e entonação, com 38%, e das dicas não-verbais (gestos, postura, olhar, etc), com 55% de toda a informação num diálogo! 




A linguagem corporal é, portanto, mais da metade da informação que distribuímos todos os dias. A maioria dos pesquisadores reconhece que o canal verbal da comunicação é usado para trocar dados, enquanto que o canal não-verbal serve para negociar atitudes interpessoais e em alguns casos é usado para substituir mensagens verbais.
De um ponto de vista técnico, quando dizemos que uma pessoa é “intuitiva” ou “perceptiva”, nos referimos à capacidade que ela tem de ler e interpretar a linguagem corporal dos indivíduos à volta dela. Mulheres são mais perceptivas que homens, muito provavelmente por que, ao se tornarem mães, terão nos primeiros momentos da vida de seu filho apenas o canal não-verbal para transmitir e receber informação: precisam estar preparadas do ponto de vista evolutivo.
Muito se tem feito para descobrir se os sinais não-verbais são universais, aprendidos, geneticamente transferidos ou adquiridos de qualquer outra maneira. As conclusões indicam que alguns gestos caem em uma categoria, outros em outras. Sorrir, levantar os ombros em dúvida e balançar a cabeça em negação, por exemplo, são gestos universais, mas o aperto de mão é bastante ocidental. E cruzar os braços, apesar de ser universal, depende de fatores genéticos: em geral, uma pessoa se sente mais confortável com braço direito sobre o esquerdo ou o esquerdo sobre o direito, mas não nas duas maneiras.
Gestos corporais, porém, não devem ser analisados isoladamente, nem devem ser lidas fora do contexto. O mesmo gesto pode significar várias coisas diferentes. É necessário prática e astúcia para “ler a mente” de alguém com exatidão.
O corpo enfatiza a fala, mas quando alguém esconde algo, mente ou omite, suas palavras podem ser bem sucedidas, mas seu corpo, não. A linguagem corporal abre as emoções e pensamentos de alguém, para que possam ser conhecidas pelas pessoas ao redor. Se alguém está omitindo algo, sua linguagem verbal não será congruente com sua linguagem corporal e ele pode ser pego no ato por isso. Isto não deve ser visto como uma maneira de subjugar alguém, adquirir poder ou qualquer outra coisa: isto é desenvolver empatia.

Texto editado por Bacana

Fonte: http://dinamicasocial.com/tag/detectar-mentiras/

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