"Já estamos a 3736 metros de profundidade e devem faltar entre 10 e 50 metros para chegar ao lago", disse Valery Lukin, subdiretor do Instituto de Pesquisas Árticas e Antárticas da Rússia, com sede em São Petersburgo. Segundo o cientista, o método empregado para calcular a profundidade se baseia na análise sísmica e na radiolocalização, com margem de erro estimada em 20 metros.
Embora a profundidade exata seja desconhecida, Lukin acredita que a superfície do Vostok seja alcançada nas próximas semanas.
No ano passado, o perfurador superou 70 metros de gelo grosso em menos de um mês, mas os trabalhos tiveram que ser suspensos em novembro, quando o aumento da pressão e a diminuição das temperaturas obrigaram a paralisação das máquinas.
Para os pesquisadores russos, os resultados da exploração do lago Vostok serão fundamentais para o estudo da mudança climática na Terra durante os próximos séculos. Segundo as pesquisas, o local é único e abriga um ecossistema que está repleto de oxigênio com níveis 50 vezes superiores aos de água doce.
"A água do Vostok é provavelmente a mais pura e antiga do planeta", disse Lukin. “Não temos provas concretas, mas dados indicam que a superfície é estéril, embora nas áreas mais profundas possa haver formas de vida adequadas às condições extremas, como os termófilos e extremófilos”.
Lago Vostok
Localizado a cerca de 4 mil metros de profundidade no centro da Antártida, o lago Vostok tem cerca de 300 quilômetros de comprimento por 50 km de largura. Em algumas áreas sua profundidade atinge aproximadamente 1 km.
Sua superfície é de 15690 km quadrados, equivalente ao lago Baikal, localizado na Sibéria e considerado o maior reservatório de água doce do mundo.
Graças ao seu peculiar enquadramento geográfico, o lago permaneceu desconhecido por muito tempo e só foi descoberto em 1957 por cientistas russos, mas apenas em 1996 se descobriu a sua verdadeira extensão.
O lago permanece como uma das últimas zonas por explorar do planeta Terra e devido ao seu isolamento da atmosfera, presume-se que sua água esteja aprisionada há pelo menos 1 milhão de anos.
Arte: Imagem mostra a localização do lago Vostok, abaixo do gelo Antártico. Crédito: Arctic and Antarctic Research Institute, Apolo11.com.
Origem do Texto: http://www.apolo11.com/biociencias.php?titulo=Cientistas_perfuram_Antartida_em_busca_da_agua_mais_pura_e_antiga&posic=dat_20120112-102809.inc
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